Um painel para a UDF, a Universidade do Distrito Federal
Eis aí um dos trabalhos cuja realização muito
me orgulhou no ano de 2003. Trata-se de um painel para a entrada do novo prédio da UDF, o primeiro centro privado
de ensino universitário da Capital da República. Seu criador foi o falecido senador Eurico Rezende, político do Espírito Santo,
que acreditou em Brasília, investiu na cidade, e hoje o estabelecimento é administrado pelos filhos e parentes que teve e
que criou aqui.
Pela UDF já passaram algumas gerações de quadros dirigentes, hoje espalhados por todo o país e também
pelo exterior. O crescimento da instituição deve levar o Ministério da Educação
a reconhecê-la como Centro Universitário, o que deve ocorrer no início do ano letivo de 2004, segundo processo em curso. Dessa
forma, a sigla deixará de ser AEUDF (Associação de Ensino Universitário do Distrito Federal), como é oficialmente, devendo
se tornar, provavelmente, e finalmente, apenas UDF, como, aliás, é conhecida desde que foi criada.
Sendo assim, o painel que executei ficou restrito à reprodução da obra magistral de Bruno Giorgi
para o Itamaraty, o Meteoro, guardando os arcos da fachada do Palácio por trás. Um quadro menor, com as letras AEUDF, ficou
na parte de baixo, pronto para ser retirado assim que a instituição assumir apenas a sigla UDF, conforme se prevê.
Fiquei muito feliz de fazer este trabalho porque me exigiu muito na avaliação de sombras com diversos
tons de mármores brancos. Acho que tive êxito ao conseguir dar a profundidade que desejava na representação do trançado da
peça de Bruno Giorgi. Se estivesse vivo, creio que gostaria de ver essa espécie de metalinguagem, em que a linguagem da pedra,
mais especificamente do mármore, é usada para representar e falar exatamente do mármore.
Devo revelar que, no caso, usei cinco diferentes tipos de mármores brancos o branco Capixaba, o branco
Carrara, o branco Paraná, o branco rosado português e o branco Cristal. E mais:
separei as tesselas, usando-as de forma agrupada, ora em tons mais acinzentados, ora menos acinzentados.
No caso do fundo, o resultado também foi feliz pela expressão dos diversos tons de azul dos granitos
baianos, especialmente o Bahia e o Macaúba. Trata-se de um tipo de pedra caríssima, com quase toda a produção dirigida para
exportação. Foi difícil conseguí-las, até porque só emprego mármores e granitos com um centímetro de espessura, que já não
é fácil de encontrar. Imagina nesses tons especialíssimos! Enfim, o resultado está aí. O painel foi colocado na entrada do
novo prédio da UDF, na quadra 903 sul, por trás do Instituto Histórico e Geográfico de Brasília. A nova área começou a funcionar
em setembro de 2004.